25 de jan. de 2011

Consumo colaborativo. Mais um modismo?

Fonte: CHMKT


Ao mesmo tempo em que as opções de consumo nunca foram tantas, surge um movimento que vai contra esta onda de consumismo excessivo, baseado em uma mudança comportamental profunda: o consumo colaborativo. A ideia é simples: emprestar ou trocar objetos que você possui e que estejam ociosos com outras pessoas por meio de redes sociais ou de empresas que estão surgindo para mediar essa relação. É mais ou menos como uma versão meio Jetson’s do escambo que nossos antepassados faziam há muitos séculos atrás. 


Até agora os exemplos que estão funcionando melhor estão na área automobilística. A britânica WhipCar, por exemplo, é uma rede social que serve de ponte entre consumidor e fornecedor. De um lado está A que tem um veículo que não usa com freqüência e busca uma maneira de diluir seus custos com manutenção, gasolina, etc. Do outro está B que busca um carro por somente algumas horas ou para viajar num final de semana, mas não pretende ter um carro.

Aí o site ganha fazendo a ponte entre as duas pessoas e indicando por meio de geolocalização onde estão A e B, facilitando o contato. Além do “sistema de reputação” para dar credibilidade, que é a base do serviço, já que as pessoas possuem perfis, como no Facebook. O valor do aluguel também é acordado entre os consumidores, sendo que o site exige uma série de documentos, como número de identidade, carteira de motorista, dentre outros.

Contudo, mais importante do que as ações e empreendimentos que estão surgindo na área, é compreender a mudança de mentalidade que está ocorrendo, que já está dando origem a novos modelos de negócios. Para Rachel Botsman, autora do livro What's Mine is Yours: The Rise of Collaborative Consumption, este movimento faz parte do pensamento que surge com a popularização da internet, na qual a noção de propriedade privada muda significativamente. Tudo está sendo compartilhado: informação, livros, carros, bicicletas, objetos velhos que você não usa, mas que alguém pode usar.

Partindo dessa premissa, a lógica do consumo, segundo Botsman. A reputação na rede seria mais importante do que o crédito bancário ou o histórico de bom pagador em uma instituição. A comunidade criada em torno de determinado serviço, bem como o boca-a-boca entre seus membros, é mais influente do que a publicidade. Por fim, o acesso restrito a um bem ou serviço dá lugar ao acesso coletivo. Termina a hegemonia do hiperconsumo, aumenta o espaço do consumo colaborativo.

Tudo isso parece muito interessante, na teoria. Não é novidade que os hábitos de consumo estão mudando, que o relacionamento entre marcas e pessoas está se tornando mais importante do que a publicidade. A internet vem possibilitando que as pessoas mais do que nunca tenham voz ativa sobre suas vontades. Na verdade, a ideia do consumo colaborativo, mais me intriga do que mostra caminhos prontos. Será então que alguns produtos se tornaram serviços, que pagaremos pelo seu uso e não para possui-lo? E as empresas, vão participar deste movimento e mediar essa nova relação de consumo?

Para saber mais, veja o TEDtalk de Rachel Botsman:


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