
Recentemente a ATEA (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) tentou divulgar a seguinte campanha nos ônibus de Salvador e Porto Alegre.
O lançamento da campanha ocorreu pouco depois de o Ministério Público Federal ajuizar ação civil pública contra o jornalista José Luiz Datena pedindo retratação de suas afirmações ofensivas contra ateus.
Mas antes de pregarem o primeiro adesivo nos busões (essa palavra existe?) a campanha foi barrada por uma lei municipal que proíbe campanhas que favoreçam ou estimulem qualquer espécie de ofensa ou discriminação religiosa. Outro motivo foi a alegação das empresas responsáveis pelos anúncios que temiam a reação do estado e dos empresários de ônibus. A Atea se defendeu dizendo que seu objetivo era apenas tentar diminuir o enorme preconceito das pessoas contra os ateus. Como não foi ouvida, ela prometeu armar um pequeno barraco na justiça, já estão até arrecadando fundos no site.
Não tem como negar que o argumento da proibição é válido - é uma lei, e deve ser respeitada. Mas por que essa lei existe? Daí, meus amigos, o buraco é bem mais embaixo.
É sempre muito difícil ficar imparcial nessas situações, até porque a sua incontestável educação religiosa faz com que você não analise os dois lados com os mesmos critérios racionais. É natural. Mas como eu disse, este é um assunto que muito me interessa. Por isso, desde os meus primeiros anos de consciência de sociedade, eu busquei não me acomodar com as regras ditadas por qualquer que fosse a organização. Eu queria ser um descobridor, como Magalhães, ou Truman Burbank, que fosse. Afinal, me incomodava profundamente o fato de não entender o sentido das coisas. Até num postulantado franciscano me enfiei certa vez tentando entender a um pouco mais dos princípios da toda-poderosa Igreja Católica - uma experiência bem válida, diga-se de passagem. E não digo isso por causa do vinho à la vonté, nem pelo futebol aos sábados.
Mas ainda assim, continuo com as mesmas dúvidas de muitas pessoas que eu conheço. Quem diabos - trocadilho não é blasfêmia - é Deus? Quem colocou tudo isso para funcionar? Foi Ele que apertou o play? E quem foi o fornecedor do material do botão do play? Espíritos existem ou somos apenas um bando de células vagando por aí até virarmos comida de rinoceronte? Chico Xavier e Zibia Gasparetto psicografavam o que, exatamente? E qual é o propósito, exatamente? Qual era o maldito problema de Charles Darwin? Fantasmas existem? Quem escreveu o destino? A propósito, existe destino? Existe mesmo o livre arbítrio?
E sabe o que esta me matando depois de todas essas perguntas? Chegar aos 30 anos e descobrir que nem o Google sabe qual é o sentido das coisas. Tudo depende da forma como você encara tudo isso.
Ninguém precisa se sentir inferior porque não tem as respostas. Saiba que existem pelo menos 200 teorias que tentam explicar de onde viemos e para onde vamos. Por isso eu considero o comercial do canal Futura é perfeito: Você pode pensar muitas coisas, a única coisa que você não pode fazer, é não pensar. As pessoas fazem guerra por causa da religião, jamais aceitariam mudar sua fé, livrar-se da doutrinação. É pecado. E quando não existe guerra o que mata é o cara que insiste em permanecer cego, casmurro, que prefere não pensar, não filosofar. Para Sócrates uma vida sem reflexão não merece ser vivida. E o que não falta por aí são pessoas que repetem feito papagaios que não dirão falso testemunho contra o próximo, mas também não fazem ideia de onde fica o Monte Sinai. É uma fé fabricada, fútil, vazia, praticada por não praticantes convictos. A verdade está muito mais distante para essas pessoas. A propósito, alguém sabe onde está o sepulcro de Moisés?
Por mais lógico que isso possa parecer, deve-se lembrar que a religião é criação do homem. Os primeiros pais da fé (eles se asseguraram de que não haveria mães) viviam em uma época de enorme ignorância e medo. A religião vem de uma época da pré-história humana em que ninguém tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Vem da infância assustada e chorosa de nossa espécie e é uma tentativa infantil de atender a nossa inescapável necessidade de conhecimento. Hoje, qualquer criança desinformada sabe muito mais sobre a ordem natural que qualquer dos fundadores da religião.
A Igreja Católica monopolizou o conhecimento por vários séculos, proibindo e censurando livros, silenciando dissidentes, condenando estrangeiros, invadindo a esfera privada e invocando uma salvação exclusiva. Mas hoje, felizmente, essa forma de totalitarismo está falindo. Isso fará com que as pessoas passem a pensar por conta própria, comecem a questionar coisas até então bestas, como o tamanho do universo, o tamanho do átomo, a existência do Bing Bang, etc, etc, etc. A tendência não é encontrarmos respostas muito concretas, apenas fazermos ainda mais perguntas. Ter uma vida de reflexões sem a necessidade de um plano divino. A vida pode funcionar perfeitamente sem essa suposição. Em outras palavras, a filosofia começa onde a religião termina. As pessoas não entendem que a decência humana não deriva da religião.
Dois livrinhos legais para incluir na sua Lista da Bota: Deus não é grande (Cristopher Hitchens) e Explicando Deus numa corrida de táxi (Paul Arden). Leia nessa sequência, primeiro Hitchens, depois Arden. Depois conversamos com mais calma. Aproveite e não leve muito a sério essas coisas que Dan Brown escreve. E por Deus! Parem de boicotar as campanhas ateístas. Elas devem existir. Apenas melhorem essa direção de arte.
Mas antes de pregarem o primeiro adesivo nos busões (essa palavra existe?) a campanha foi barrada por uma lei municipal que proíbe campanhas que favoreçam ou estimulem qualquer espécie de ofensa ou discriminação religiosa. Outro motivo foi a alegação das empresas responsáveis pelos anúncios que temiam a reação do estado e dos empresários de ônibus. A Atea se defendeu dizendo que seu objetivo era apenas tentar diminuir o enorme preconceito das pessoas contra os ateus. Como não foi ouvida, ela prometeu armar um pequeno barraco na justiça, já estão até arrecadando fundos no site.
Não tem como negar que o argumento da proibição é válido - é uma lei, e deve ser respeitada. Mas por que essa lei existe? Daí, meus amigos, o buraco é bem mais embaixo.
É sempre muito difícil ficar imparcial nessas situações, até porque a sua incontestável educação religiosa faz com que você não analise os dois lados com os mesmos critérios racionais. É natural. Mas como eu disse, este é um assunto que muito me interessa. Por isso, desde os meus primeiros anos de consciência de sociedade, eu busquei não me acomodar com as regras ditadas por qualquer que fosse a organização. Eu queria ser um descobridor, como Magalhães, ou Truman Burbank, que fosse. Afinal, me incomodava profundamente o fato de não entender o sentido das coisas. Até num postulantado franciscano me enfiei certa vez tentando entender a um pouco mais dos princípios da toda-poderosa Igreja Católica - uma experiência bem válida, diga-se de passagem. E não digo isso por causa do vinho à la vonté, nem pelo futebol aos sábados.
Mas ainda assim, continuo com as mesmas dúvidas de muitas pessoas que eu conheço. Quem diabos - trocadilho não é blasfêmia - é Deus? Quem colocou tudo isso para funcionar? Foi Ele que apertou o play? E quem foi o fornecedor do material do botão do play? Espíritos existem ou somos apenas um bando de células vagando por aí até virarmos comida de rinoceronte? Chico Xavier e Zibia Gasparetto psicografavam o que, exatamente? E qual é o propósito, exatamente? Qual era o maldito problema de Charles Darwin? Fantasmas existem? Quem escreveu o destino? A propósito, existe destino? Existe mesmo o livre arbítrio?
E sabe o que esta me matando depois de todas essas perguntas? Chegar aos 30 anos e descobrir que nem o Google sabe qual é o sentido das coisas. Tudo depende da forma como você encara tudo isso.
Ninguém precisa se sentir inferior porque não tem as respostas. Saiba que existem pelo menos 200 teorias que tentam explicar de onde viemos e para onde vamos. Por isso eu considero o comercial do canal Futura é perfeito: Você pode pensar muitas coisas, a única coisa que você não pode fazer, é não pensar. As pessoas fazem guerra por causa da religião, jamais aceitariam mudar sua fé, livrar-se da doutrinação. É pecado. E quando não existe guerra o que mata é o cara que insiste em permanecer cego, casmurro, que prefere não pensar, não filosofar. Para Sócrates uma vida sem reflexão não merece ser vivida. E o que não falta por aí são pessoas que repetem feito papagaios que não dirão falso testemunho contra o próximo, mas também não fazem ideia de onde fica o Monte Sinai. É uma fé fabricada, fútil, vazia, praticada por não praticantes convictos. A verdade está muito mais distante para essas pessoas. A propósito, alguém sabe onde está o sepulcro de Moisés?
Por mais lógico que isso possa parecer, deve-se lembrar que a religião é criação do homem. Os primeiros pais da fé (eles se asseguraram de que não haveria mães) viviam em uma época de enorme ignorância e medo. A religião vem de uma época da pré-história humana em que ninguém tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Vem da infância assustada e chorosa de nossa espécie e é uma tentativa infantil de atender a nossa inescapável necessidade de conhecimento. Hoje, qualquer criança desinformada sabe muito mais sobre a ordem natural que qualquer dos fundadores da religião.
A Igreja Católica monopolizou o conhecimento por vários séculos, proibindo e censurando livros, silenciando dissidentes, condenando estrangeiros, invadindo a esfera privada e invocando uma salvação exclusiva. Mas hoje, felizmente, essa forma de totalitarismo está falindo. Isso fará com que as pessoas passem a pensar por conta própria, comecem a questionar coisas até então bestas, como o tamanho do universo, o tamanho do átomo, a existência do Bing Bang, etc, etc, etc. A tendência não é encontrarmos respostas muito concretas, apenas fazermos ainda mais perguntas. Ter uma vida de reflexões sem a necessidade de um plano divino. A vida pode funcionar perfeitamente sem essa suposição. Em outras palavras, a filosofia começa onde a religião termina. As pessoas não entendem que a decência humana não deriva da religião.
Dois livrinhos legais para incluir na sua Lista da Bota: Deus não é grande (Cristopher Hitchens) e Explicando Deus numa corrida de táxi (Paul Arden). Leia nessa sequência, primeiro Hitchens, depois Arden. Depois conversamos com mais calma. Aproveite e não leve muito a sério essas coisas que Dan Brown escreve. E por Deus! Parem de boicotar as campanhas ateístas. Elas devem existir. Apenas melhorem essa direção de arte.
Fonte: Louco, não. Publicitário.
Melhorem a direção de arte e a redação. Melhor, mudem a ideia inteira.
ResponderExcluirNão se deve combater preconceito com mais preonceito. Datena não falou por todos e a ATEA não pode partir também do preconceito aos cristãos (outra pergunta, por que os ataques apenas aos cristãos? Não vejo ninguém falando de Alá, Buda,Exús e etc.) sem contar que uma associação de Ateus e de Agnósticos (meu caso) não deveria tomar uma postura fanático-religiosa, já que uma não se importa com religiões ou respostas (a grosso modo) enquanto a outra prega falta de religião.
Discordo que ateísmo necessita de um líder. Pra quê? Pra ser tratado como Jesus Cristo, Maomé e acabar tornando a falta da religião numa outra religião qualquer?
É fácil alegar que as pessoas fazem guerra por religião, mas os ataques niilistas às crenças alheias é invasão de liberdade. Liberdade é o sonho humano, que pregou em vários movimentos políticos, como anarquismo, por exemplo.
Em resumo, o ateísmo é uma palavra de origem latina. A que significa negação e Theo que significa Deus. Ou seja, Sem Deus.
Interferir na liberade alheia da crença em um ser superior e sua propagação de ideal, tanto quanto argumentações para provar a sua inexistência é como testemunhas de Jeová batendo em porta em porta. Uma espécie de 'Evangelização segundo Dawkins'.
Esse preconceito de ambas as partes só vai acabar quando o ser humano perceber o verdadeiro valor da palavra indivíduo e saber que podemos pensar diferente. Da mesma forma que eu posso gostar de azul e algumas pessoas de vermelho ou amarelo, elas estão no direito de acreditar - ou não- no que quiserem. :)